Por vezes damos por nós a olhar o mundo à nossa volta e percebemos que devido ao que vimos ao longo do tempo que por cá estivemos, todo o universo deixa de ter importância.
Fazemos escolhas para além das pessoas e dos seus mundinhos que colidem, vivemos de acordo com o que conseguimos atingir em nós próprios, somos um só com o que escolhemos.
E isto não é mau, é simplesmente um filtro que deixamos ou não entrar por escolhas bem feitas, mas se faz mal a realidade ser diferente a quem o demonstramos?
Que interessa isso?
As coisas começam a fazer mais sentido quando atingimos a meta que esse deus nos delineou, quando aceitamos que o sentido é inexistente.
A metaconsciência atinge quem a busca, somente porque a ela mesma lhe pertence.
Devo ter atingido o ponto dos loucos, mas se louco sou? Porque não ei de ser como todos os outros?
E sou, pelo menos penso sê-lo como todos pensamos ser.
Só não tenho que explicar a todos, porque não se explica, é um conjunto de diversos factores que o empirismo nos trás, e nos evidencia a realidade que existe.
Esta metaconsciência plana na ténue linha que separa a realidade da loucura, é frágil, basta um simples vento para desequilibrar a concepção plena da realidade.
Por enquanto ainda não fui expulso da bolha por onde contemplo o mundo.
Felizmente e infelizmente, temos de partilhar o mundo onde vivemos com pessoas que não entendem esta concepção, cada pessoa ainda que fora de nós e dessa bolha, é necessária para podermos desfrutar a inteira realização de ser o que somos, só precisamos de viver com elas, aprender que nós, tal como todos somos animais, constituídos por canalizações e centros nevrálgicos quimicamente modelados tão iguais na sua condição como diferentes na sua modelação ao longo da vida. Somos somente a soma do que vivemos, como todos, mas vivemos aqui, num mundo finito onde todos queremos o mesmo, precisamos então de aguentar a realidade, saber controlar ao máximo aquilo que nos destrói, e desfrutar o que nos constrói.
Mas se fizermos algo de mal, afinal, somos como todos os outros.
E fazemos...sempre algo há-de acontecer porque sim, porque acontece, antes de ser inteligentes somos estúpidos.
A linha da moral, essa é também fina, instável e por vezes ausente, e nós fazemos asneiras.
Como já disse muitas vezes, somos pequenos bichos, livres e presos, e se existisse um deus ele não iria querer estar no nosso lugar, estar aqui é demasiado difícil e complicado tentando equilibrar as coisas, isto para quem pode equilibrar, graças a algo que se pode chamar sociedade média, existem outros que lhe não pertencem, são quem as escolhas de terceiros nos condicionam a ser moral ou implacavelmente destrutivos de forma mútua, criando um ciclo perverso de destruiçã0.
A bolha, a forma de planar, o assistir a vida perante todos e com todos contracenado de forma passiva e neutro, é impossível, mas pode-se tentar.
Assim o quero,
é uma questão de chatices,
e a vida é já demasiado chata para nos chatearmos com ela.
E esse deus que tantos me quiseram fazer acreditar, se existir, terei o maior prazer em lhe demonstrar que estarei errado, porque se existir, tudo tem um principio incorrupto para além da realidade onde morei e todos aqueles para quem existi, caso contrario, a vida será desconsolada, mas ao menos tentei viver num mundo onde não existe um deus em vez de tentar acreditar que existirá um deus quando não vivi.
Quando fechar os olhos,
irei de burro.
de carro.
ou não irei.
talvez fique.
mas se for…
que vá
para o nada
ou para o tudo.
mas vivi, não como os outros.
Fui menos aborrecido, tal como de onde vim.