Não temos que escrever sobre o que somos, sobre o que queremos ser, não se tem que escrever sobre o que vemos ou muito menos o que os outros nos dizem. A forma de criar algo do nada, estas palavras, letra a letra, são a minha fonte que jorra perante os dedos. Não temos que ser a mesma pessoa de manhã à noite, que sente e pensa tudo da mesma forma, se eu agora sou o que não era ontem.
A forma de viver deve ser igual e simples para todos, onde a palavra que como seres superiores, temos o dom de poder usar, o dever de a controlar e dizer como bem entendemos.
A vida não deve interferir com outras ao contacto a partir do momento em que as palavras são escritas e lidas pelos nossos lábios, a vida existe como um todo, continuo e linear que se abstrai das razões do ego.
Eu tenho o direito de me contrariar como ser estupido que sou, a razão não tem que ser total sobre o pensamento, a busca intensa e brusca da razão superior sobre todas as ideas queima a real sensação de viver, se eu tal como todos os outros me contrario agora penso o contrario ao que à pouco afirmava, porque me tenho que desculpar perante eu proprio?
Não temos que ser aquilo que nos destinaram a ser, não somos o pensamento de outros mas o exacto e unico bicho evoluido da soma de todas as fezes que o empirismo nos presenteou.
Não temos que fazer sentido, a própria vida não faz sentido, todas as contas do mundo não são mais que engrenagens que fazem o mundo funcionar dentro do seu proprio engenho, no entanto não existe uma disciplina que se relacione com o funcionamento humano e a sua extrema complexidade.
Teorias dizem eles.
Teorias tenho eu todas quando estou no banho.
Quando vou ao café, sou todo o mundo.
À chegada ao trabalho não há teorias que valham sobre a realidade nefasta da existencia humana.
Ao dormir sou tudo o que não era de manhã, sou o nada que não se compreende.
A mim o que me preocupa é não saber o que digo, agora, tanto como irei dizer amanhã, mas amanhã serei outro que dirá o mesmo de outra forma, ou outro que se irá negar.
Não somos diferentes dos outros seres por discordarmos de nós proprios. Nós nunca seremos o que queremos ser, excusamos então de correr a vida inteira procurando agarrar o que queremos para nós, e depois percebermos que nada daquilo que corremos nos faz ver a vida melhor perante o mundo.
Porque o mundo não faz sentido, e nunca, além da morte, iremos perceber a verdadeira razão de sermos carne vinda de carne para usar o universo querendo explicar o outro imenso e complexo universo que existe dentro de nós mesmos.
Não tenho que escrever coisas bonitas, não vou dizer coisas agradaveis a todos, não tem de fazer sentido a quem não quer entender ou quem não o consegue. A minha forma de existir é tão extensa e complexa como todos os outros, tem vazios de memórias como todos os outros, sou igual a todos os outros, logo não tenho que fazer sentido como os outros que falam para si e não fazem sentido.
A confusão é um dado adquirido à nascença que se irá extinguir quando o ultimo folego for libertado, a busca por um sentido de vida que dê sentido às frases sem sentido é uma ferramenta que deus nos deu para se entrenter conosco enquanto nos perdemos em labirintos de lógica para tentar explicar a existencia de um deus, que não existe.
A nossa mente derivada do contacto entre nós não faz sentido, não o faz porque nós nos escondemos perante os outros, e somos o nada que mostramos e lutamos diariamente contra os vários eus que existem ao longo dos dias.
Não temos que fazer sentido.
No entando somos todos funcionais,
a maioria.
Mas que coisa estranha falar de coisas complicadas quando ando para aqui a tentar ser funcional.
Este texto para mim não fez sentido.
Não da mesma forma como quando o comecei e durante todo o decorrer de bailado das falanges sobre as teclas eu me degladiei perante mim mesmo e todos vós,
o resultado, é o mesmo nada com que
comecei.