quarta-feira, novembro 19, 2014

Da almofada para a lua

Estou  na minha cama e consigo ver a lua. No meu quarto amplo de janelas altas e largas, eu comtemplo o universo ciente de nele me inserir como um pequeno grão de areia que existe, e simplesmente por existir se encontra feliz.
Resguardo-me debaixo das quentes mantas e lençóis lavados. Lá fora (como tantas vezes na minha vida) faz frio, aqui vive-se intensamente, ainda que o viver seja nada. E só esse nada pode chegar para me completar.

terça-feira, maio 27, 2014

Vens ou não vens?

Escuta, ouve à tua roda, por todas as travessas
ouves o suspiro de arrependimentos,
por isso a cidade está vazia, ninguém se quer reencontrar com a sua vergonha.
Humildemente cancelam canções, ignoram antigas decisões.
Fogem de si, do seu passado,
encovados,
encolhidos,
perdidos,
mas não esquecidos.
Só esquecem o mundo que conquistaram,
pois se desistiram, esses vão sempre perguntar-se a si próprios pelos seus fantasmas.

Dá-me a ocasião meu fado,
deixa-me sorve-la,
assim um dia posso esquece-la,
posso me esquecer de tudo.

Quem se lembra do homem mais feliz do mundo?
Nem ele próprio.
E esse alguém se alguma vez existiu,
está-se bem a foder para isso.