E quando não há o desassossego presente?
Quando não há assombrações diárias e nocturnas que nos perseguem a mente!
Quando o mundo não é um monstro que nos come, e somos nós que comemos o mundo.
Quando toda esta névoa se levanta, ultrapassa as teorias próprias e universais.
Quando percebemos que voltamos a ter controle do nosso controle nesta irreal masturbação que é a vida.
Entendemos que a inexistencia de questões é o verdadeiro vazio.
E o desassossego é somente voluntário e primário da nossa condição humana.
Agora que não tenho mais perguntas a responder, porque respondi a tudo o que queria saber.
Principalmente porque deixei de perguntar.
Agora?
Perguntas tu, pois eu já não o faço.
Agora quero o meu desassossego de volta.

(
Será de pensar que um humano para não ter o desassossego acima dito, é facil, basta drogar-se intensamente, com um qualquer tipo de drogas recreativas ou psiquiatricas. Facilmente as suas preocupações desaparecem, possivelmente tambem com o álcool, todo esse refugio se transparece sobre o homem quando inundado de uma substancia externa a si mesmo e à realidade a que pertence, qualquer alteração da realidade  dura e crua é ostensivamente mostrada pelas sensações básicas humanas. Viver fora da realidade, sem esforço é algo que atrai os chamados junkies, mas trás com eles uma horda de velhotas viciadas em benzodiazepinas, todas elas seguidas pelos alcoolicos não anónimos e pela geração regaee que faz questão de se mostrar.
Mas se classificados como inconscientes, que forma pode existir para eles de perceber a falta de desassossego que os caracteriza? Deixam de ser humanos e de transportar as normais loucuras.
Ainda que essa loucura seja o labirinto circular, que nos faz andar as voltas.
Deixam de ser humanos, deixam de ter perguntas, e porque não os deixar sair desta caverna fria e desconfortável, esta que todos já percebemos que não é o nosso mundo verdadeiro, este que fazemos questão de querer nele viver.
Para quê tantas perguntas?
)

A vida é assim.
Com perguntas, sem perguntas, má, boa, é a que temos, façamos o que pudermos para a alterar de forma a pudermos contribuir para que seja boa, mas se é má, não façamos dela pior do que já é.
É assim a vida, a puta da vida, injusta e terrivel.
Simplesmente porque nós Homens assim queremos
Aproveitemos o que nos resta dela a vivermos,
não a perguntar.

JFM
27-12-2012