Não sou filho de alguém mais que meu pai e mãe.
Mas discípulo, sou, de todos os com que privei, e os que adquiri por palavras encadeadas entre belas e feias capas.
Faço disso meu sonho, não fé ou dogmas, mas um constante abalar da minha própria fundação.
Sou tanto pessoa como Pessoa, tão filho como o meu pai, tão feliz como o Hobbes e o Calvin seu dono, de Quino da Mafalda, de Asterix a Saramago.
Sou Deus e Cristo , sou ateu e triste.
Sou todo o mundo inalcançável de Shakespeare e camões, sonhador como Poe e com a mesma sede de Bocage...
Sou o infinito longe de mim, incerto de tecto no universo humano e de toda a humanidade, sou a bela vida de Caeiro e a feia arte do perfeito Maldoror.
Sou irmão de todos estes, e dos que esqueci, ansiando a absolvição prostrado de joelhos como M.Sá Carneiro perante todos os Mestres.
Mas antes de tudo, sou filho do Luis, homem mau para o negócio, mas bom para tudo e todos, sou filho da Ana a Mãe dos olhos perfeitos, Irmão de de uma outra Ana plena de sonhos e felicidade.
Sou tanto e nada, herdeiro de tantos e bons na verdadeira concepção da palavra.
Sou isto, um nada em crescendo.
Esse nada que a Náusea assiste.
Caminhando como todos, do mendigo ao rico,
para o certo vazio.
Como todos, rodeado do mundo.
Tão frio e doente,
tão doce e quente.
Que ainda sinto.